No ano de 2013, o Grupo Gay da Bahia (GGB) apontou em relatório que a cada 28 horas uma pessoa é morta por motivos relacionados à orientação sexual e identidade de gênero, configurando crime LGBTIfóbico. Uma pessoa de identidade de gênero e/ou orientação sexual não hegemônica está inserido nessa mesma cultura machista e LGBTIfóbica, e percebe-se, muitas vezes, ele próprio reproduzindo ações depreciativas sobre aspectos de si. Dessa forma, a população LGBTI, além de sofrer ataques externos, também está mais propensa ao autoflagelo. Esses dados demonstram a necessidade de ações e políticas em prol da comunidade LGBTI. O projeto em questão estabelece conexões entre o design social, o design colaborativo e a realidade e contexto social de sujeitos LGBTI dentro do recorte citado, e busca, por meio do design gráfico transformar essa situação. Tá tudo bem ser é uma campanha resultada de um processo de construção colaborativa, com o objetivo de empoderar, confortar e acolher pessoas LGBTI que estão em negação sobre a própria orientação sexual e/ou identidade de gênero. A veiculação do projeto ocorreu de maneira independente e abrangente, por meio de intervenções urbanas com cartazes em lambe-lambe e adesivos na cidade de Curitiba. O tom das mensagens é acolhedor e inspiracional. Visualmente os materiais gráficos representam o processo que é se reconhecer e se aceitar enquanto identidade de gênero e/ou orientação sexual fora da cis-heteronormatividade, sendo assim, é possível que a pessoa que se sinta nessa posição, se enxergue nos cartazes. Tanto as características visuais e textuais quanto todo o processo do projeto, foram elaborados colaborativamente com membros da comunidade LGBTI. Em adição ao resultado prático e tangível dos materiais gráficos, este trabalho prestou-se também à análise, reflexão e crítica sobre a metodologia e estratégias colaborativas adotadas para sua realização.