O briefing deixava livre o uso de imagem figurativa ou abstrata, mas ressaltava que a capa precisava transmitir um “certo estranhamento” por conta da característica surreal da obra e pela forma rebuscada e minuciosa do texto. Pois foi essa forma rebuscada e minuciosa, e as palavras-chave linguagem, comunicação, labirintos, viagens exóticas, desconhecido, jogos de raciocínio e quebra-cabeças que serviram de inspiração para o desenho da capa. Estas palavras também constavam no briefing. Para obter esse resultado, a partir de um grid simples e geométrico, foram desenhadas as letras do título e do autor, além de vários outros símbolos de um alfabeto imaginário. Como se a capa fosse um enigma a ser desvendado. Uma mensagem a ser interpretada. As características estéticas do lettering e dos símbolos remetem aos alfabetos de povos primitivos, tribais e indígenas. A textura e as cores reforçam o aspecto rústico, como se fosse um documento antigo, um achado arqueológico.